sexta-feira, 11 de abril de 2014

Carta aberta dos Educadores da Escola de Educação Básica São Vicente ao Governador do Estado de Santa Catarina, Sr. Raimundo Colombo e ao Secretário Estadual da Educação, Sr. Eduardo Deschamps sobre a educação escolar

Excelentíssimos Senhores,
No último ano, a comunidade escolar da EEB São Vicente recebeu duas grandes obras: o prédio novo da escola e agora o ginásio de esportes. Obras pelas quais se ansiava e que estavam nos sonhos e projetos há mais de uma década. Reconhecemos o empenho da atual administração: Secretaria de Desenvolvimento Regional, Governo Estadual e Governo Federal para concretizá-las. Lembramos aqui o papel importante para a concretização destes projetos que teve o ex Secretário de Desenvolvimento Regional, Milton Hahn, que deixou a vida de forma repentina e inesperada, deixando saudade em muitos corações e que entrou para a história da escola de Educação Básica São Vicente. Reconhecemos o empenho do atual diretor da escola, Sr. Vilson Von Borstel, que com seu perfil político, soube encontrar os caminhos adequados e ajudar a efetivar estes, que eram projetos de longa data dos professores, funcionários, alunos, pais e de direções anteriores. Reconhecemos os feitos destes administradores, pois é dever de todo governante, servidor público,  zelar pelo bem comum da comunidade que atende.
No aspecto físico e administrativo, o educandário melhorou muito no decorrer dos anos. Lembramos que estas melhorias se devem à decisões político-administrativas tomadas e ao contexto da sociedade atual. No aspecto físico incluímos  a construção do prédio novo, o ginásio, o túnel de acesso que está em fase de construção, melhorias com materiais pedagógicos, salas ambiente climatizadas que implantamos com auxílio financeiro da comunidade, através de contribuição, rifas, festa de inauguração e dos programas do Ministério da Educação: PDDE –Programa Dinheiro Direto na Escola e EMI – Ensino Médio Inovador. Quanto ao administrativo, nos referimos ao aperfeiçoamento constante das ferramentas de gestão de pessoal, do sistema que trata da vida escolar do aluno e principalmente à capacitação sistemática e valorização salarial dos profissionais que trabalham com estes sistemas: os Assistentes de Educação. Reconhecemos que receber o salário em dia, com poucas necessidades de ajustes e ter diários em mão, para controle e registros, faz diferença em nosso trabalho.
Mas lhes indagamos: o administrativo, o financeiro, o físico, são suficientes para que Santa Catarina mantenha e melhore a qualidade de sua educação? Óbvio que a resposta é negativa. Independente da formação, condição sócio-econômica-cultural, todos somos capazes de perceber que educação se faz com pessoas e para as pessoas. É nas relações estabelecidas entre educadores e as crianças, adolescentes e adultos que acontece o ato de aprender, ou não? Quanto mais preparados profissionalmente, motivados e valorizados os educadores, melhores condições terão de realizar seu trabalho. Pede-se, Sr Governador e Sr Secretário: Qual o motivador financeiro dos professores da rede Pública Estadual em buscar melhoria na formação profissional?
Senhor Governador, Senhor Secretário, administradores, pensadores da educação catarinense, vocês desejam melhorar o processo educativo em nosso estado? Se a resposta for positiva, valorizem o trabalho do educador, que junto com o aluno, centro do trabalho escolar, faz a aprendizagem acontecer. A sociedade escolar só tem a ganhar. Repetimos, a sociedade escolar e não grupos setoriais que correspondem a uma parcela ínfima do serviço público, mas usufruem de grande parte dos recursos públicos.
Senhor Governador, Senhor Secretário, solicitamos:
·         Melhoria salarial imediata;
·         Maior participação na gestão da educação, não só em nível escolar, mas estadual e federal. Não aceitamos que a maioria das decisões que afetam nosso trabalho nos sejam simplesmente comunicadas, desejamos opinar, ser ouvidos. Somos nós, junto com pais, alunos, direção, funcionários, que fazemos a educação. É no dia-a-dia que se educa, que se sabe o que é viável ou não, que se descobre o que é preciso para melhor aprender, e não dentro das paredes de um escritório. Respeitamos a trajetória das pessoas que hoje ocupam e das que venham a ocupar cargos político-administrativos, sejam eles eletivos ou não. Reafirmamos que cada um de nós possui em sua trajetória experiências muito ricas. Somos capazes.  Por que não somos ouvidos? SOMOS EDUCADORES. QUEREMOS VALORIZAÇÃO FINANCEIRA E PODER DE OPINIÃO E DECISÃO EM QUESTÕES QUE AFETAM A VIDA ESCOLAR.
Itapiranga, 10 de abril de 2014.

Atenciosamente,


Educadores da EEB São Vicente

Obs: reprodução somente na íntegra.

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